As impressões de uma brasileira na Coréia

Vim para Seoul através de um intercâmbio do Ministério da Cultura, trabalho numa produtora de artes performáticas. Um dos meus trabalho é frequentar os festivais de dança contemporânea e assistir aos espetáculos coreanos. O país é famoso pela quantidade de festivais, e só de dança contemporânea são quatro internacionais. Ainda tem os que englobam todo o tipo de artes performáticas, os de outros gêneros da dança  e os menores somente com cias nacionais. Apresentarei ao idanca alguns desses festivais que não só impressionam por serem muitos na mesma cidade, mas também pela quantidade de teatros que ocupam e pela grandeza do público que o frequenta.

Passaram-se 11 anos desde que o Festival Fringe de Seoul começou. Esse festival de arte independente que neste ano ocorreu durante 17 dias do mês de agosto – de 14-30 de agosto – em Seoul na Coréia do Sul. Aproximadamente 230 grupos de artistas participaram e apresentaram cerca de 300 performances em 40 espaços diferentes onde a imaginação artística mostrou com total liberdade seus experimentos desse festival indie oriental.

Marcelle Darrieux

Público do Festival / Foto: Marcelle Darrieux

Esse ano as performances foram arranjadas não pelo gênero, mas sim pelo espaço, então vários tipos de performances puderam ser vistas num único espaço em que eram inseridas. O público pôde aproveitar os trabalhos não só nos teatros e espaços culturais, mas também nas ruas, clubes, boates, galerias, cafés, restaurantes e até nos metrôs.

Arte Independente é sempre um presente progressivo, consequentemente, o Festival Fringe de Seoul é sempre novo e apaixonante. Antes de mais nada, o gênero misturado que não pode ser confinado a um só gênero está para fora neste ano, e os membros que pertencem às companhias de dança existentes fizeram equipes novas ou projetos em busca de algo novo, como o Dance project group JD, conduzido pelo Seo Jung-sun do Teatro de danca Kadoo; a companhia de teatro de Baeksukwangbu e do Young Dance Project no qual Cho jee-young do dança LDF atua. Diversas companhias de teatro tais como as companhias Nottle, Dreamplay e Little myth também apresentaram seus novos trabalhos. Lá puderam ser encontradas algumas equipes que extraíram a atenção do público com um conteúdo único e inovador e que possuiam formas especiais de expressão artística. Nesse caminho, o público pode ver o espírito experimental, o desafio e os gêneros ali criados formando incríveis resultados.

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Enquanto o Festival Fringe de Seoul é um espaço para os artistas de diversos campos se encontrarem e se comunicarem, O Seoul Fringe Network é uma rede que tem como objetivo enriquecer todos os tipos de arte independente. Essa rede tem trazido continuamente o incentivo para a arte independente de arena, estimulando a discussão de novas questões, como a captação de apoios para artistas independentes, a troca e a cooperaçao de informações sobre a arte independente na Ásia, o debate sobre esta política de sustentações e as possibilidades para um centro de sustentação ou um centro cultural alternativo para essa arte.

Pensando futuramente, o Festival Fringe de Seoul tende a focar suas próximas edições em um encontro anual para a comunicação e a troca de idéias sobre a sustentação e o desenvolvimento da arte performática de toda Asia.